terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Carnaval ao som de jazz e blues em Garanhuns (PE)

Quem pretende viver um Carnaval diferente, longe das batidas dos tambores e das orquestras de frevo, geralmente pensa em se aventurar pelo interior do Estado. Para esse público, o jazz e o blues podem funcionar como um chamariz para fugir dos focos carnavalescos. A cerca de 230 quilômetros do Recife, a cidade agrestina de Garanhuns aposta na combinação desses dois estilos musicais, ao sediar pelo segundo ano consecutivo o Garanhuns Jazz Festival.

O evento, que ocorre de 21 a 23 de fevereiro, tem como objetivo promover a celebração da diversidade de ritmos, reunindo o melhor do jazz e do blues. Vale destacar, contudo, que o festival também traz (pouquíssimas) pitadas de frevo, pífanos e maracatus – apenas para lembrar que já faz parte do calendário carnavalesco multicultural de Pernambuco.

“Quem vier a Garanhuns nesse período poderá perceber que o frevo sofreu muita influência do jazz. São ritmos semelhantes”, explica o curador do evento, Giovani Papaléo. De acordo com ele, na edição de 2008, passaram pelo festival cerca de 10 mil pessoas. Foram movimentados aproximadamente R$ 1,5 milhão na economia local. Para esta edição, a organização do evento espera um público de 15 mil pessoas, o que deve ocupar em 100% a rede hoteleira.

Além dos shows abertos, o público conta com workshops gratuitos, ministrados pelos músicos Marcelo Martins (saxofone e arranjos) e Robson Fernandes (gaita e manutenção de gaita). Nesta edição da festa, a homenagem vai para o músico Toinho Alves, que foi membro do Quinteto Violado e faleceu no ano passado.

O palco Ronildo Maia Leite, na Praça Guadalajara, recebe as atrações principais a partir das 20h. Entre elas, estão Carlos Malta (Rio de Janeiro), Kate Bentley & Clay Ross Band (Estados Unidos), Nuno Mindelis (Angola), Nuages Jazz (Equador), Igor Prado Band (São Paulo) e James Wheeler (Estados Unidos). Já no Parque Ruber Van Der Linden, a partir das 15h, haverá apresentações de bandas locais. O lugar ainda recebe Orlito e Kleber Blues Band (ambos de Pernambuco). No dia 22 de fevereiro, a Dixie Square faz shows itinerantes nas ruas, hotéis e restaurantes de Garanhuns.

Quem vem para o evento sempre aproveita para conhecer os pontos turísticos da cidade, que não são poucos. O Parque Ruber van der Linder (lugar onde fica o palco principal do festival), por exemplo, é bastante visitado. Reformado em 1994, é arborizado com flores raras, lagos, fontes de água, grutas e pássaros.

Também não pode faltar no roteiro uma passagem pelo charmoso Relógio de Flores. Construído em 1979 na Praça Tavares Correia (um dos cartões-postais do município), é o único do Norte/Nordeste. Possui quatro metros de diâmetro e tem os números feitos com plantas e flores. Outro destaque é a fonte luminosa da Praça Souto Filho, repleta de floridos canteiros.

Quem gosta de passeios religiosos pode conhecer o Mosteiro de São Bento, de 1940, que funciona como escola de formação de monges e fabrica hóstias, além de possuir loja onde se vendem sírios, pinturas e licores artesanais. A Igreja Matriz de Santo Antônio também merece ser visitada, assim como a Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, cuja imagem de Santo Afonso adorna a igreja.

Situada a 896 metros acima do nível do mar, Garanhuns é uma das 23 cidades do Estado com melhor qualidade de vida, segundo o IBGE. São as sete colinas da região que proporcionam uma atmosfera de montanha. Por lá, a temperatura média anual é de 21 graus (chegando a 9 graus no inverno). Um clima para lá de agradável.

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Saiba mais sobre o evento: www.garanhunsjazz.com.br

Fonte: Jornal do Commercio